domingo, 14 de junho de 2009

Desenvolvimento Moral

Após, a leitura dos textos propostos pela interdisciplina de Psicologia II e com base no referencial Piagetiano sobre o Desenvolvimento Moral, para a realização dessa atividade, irei relatar uma das minhas experiências que vivenciei em sala de aula.
Atualmente trabalho numa Escola de Educação Especial e durante estes cinco anos que leciono, aconteceram várias situações envolvendo alunos com atitudes agressivas, tanto verbalmente como fisicamente, com professores e colegas.
Lembro-me de um fato, que ocorreu em sala de aula, com uma turma de ciclo I, com idade entre 8 e 10 anos, onde dois alunos começaram a se agredir fisicamente com “pontapés”, porque um deles, estava rindo, do desenho que o outro estava fazendo, o colega não gostou e rasgou o trabalho do outro que estava rindo, ocasionando esta atitude agressiva entre os dois alunos.
Segundo o texto “Significações de violência na Escola: Equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança?”, “[...] Com base nesta referência, é possível afirmar que as crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental (7-10 anos) estão construindo as noções de justiça, solidariedade, intencionalidade e responsabilidade. Este processo tem características peculiares que incidem no comportamento. Durante esta construção, é importante que o professor esteja atento aos acontecimentos, pois ele poderá auxiliar as crianças a refletirem sobre as diferentes situações vivenciadas na escola” (PICETTI, p.3).
Neste momento, tive que interferir, para que os dois se acalmassem e assim pudesse conversar com eles sobre o ocorrido. Como sempre, no inicio do ano criamos, juntamente com os alunos, as regras de boa convivência e as causas que ocorrem para quem as infringe, onde relemos e advertimos até duas vezes, antes de tomarmos decisões mais graves, que seria perder algum passeio (os alunos que decidiram as causas para quem infringe as regras).
Para Piaget a criança possui dois tipos de moral, ou seja, a relação que ela tem com os seus pares e com os adultos, são elas a moral heterônoma que resulta na coação do adulto sobre a criança e a moral autônoma que resulta no respeito mútuo e das relações de cooperação.


Segundo o texto “Reflexões sobre a moralidade na escola”, de Liseane Silveira Camargo, “A moralidade ao ser estudada por Piaget (1994), indicou duas principais formas de estabelecer relações e respeito: uma permeada pela coação adulta e pelo respeito unilateral e outra em que predomina a cooperação, a reciprocidade e o respeito mútuo”.
No caso que relatei acima, os alunos precisaram de outras pessoas, no caso a professora, para resolverem a situação que os levou a tais atitudes agressivas que apresentaram naquele momento.


Segundo Piaget (1994) “...a fase da moral heterônoma é a mais predominante em nosso desenvolvimento”. Entende-se que a moral da criança no início é praticamente heterônoma, pois ela depende de uma vontade exterior, como no caso acima foi da professora, como também, pode ser dos seus pais ou das pessoas que ela respeita.
Buscamos todos os anos, através de projetos, resgatar os valores de respeito, amizade, cooperação, solidariedade, companheirismo, etc., mas ainda presenciamos atitudes agressivas entre os alunos e até mesmo com os professores, o que nos deixa apreensivas quanto ao nosso trabalho.
Acredito, realmente, que os projetos que são impostos pelos professores, não são compreendidos pelos alunos, pois não são vivenciados e experimentados por eles, tornando-se algo sem significado na sua vida.
Nesse sentido segundo Jaqueline Picetti “Seria importante a escola inserir no seu contexto o respeito pelo processo de desenvolvimento da moral, não tachando mais certos comportamentos como violentos, mas como característica de uma determinada fase da construção da autonomia da criança, pois, para que o sentimento de justiça se desenvolva, são necessário o respeito mútuo e a solidariedade entre as crianças e os adultos.”

Um comentário:

By Benites disse...

Shirley!

Veja o quanto é importante o conhecimento para professores atuarem em sala de aula. É fundamental a formação e sempre continuada, estas crianças e tantas outras quando a intervenção ocorre ajuda na não defomarção dela em carater, vergonha, responsabilidade, afetividade etc.
Ok.
Benites